Muito comuns em startups, os cargos de liderança, chamados de C-Levels são famosos no meio corporativo por seus altos salários.
Consideradas filhas da “bolha da internet”, as startups são, em sua maioria, fintechs, empresas de software e tecnologia bem diferentes das empresas tradicionais. Esse modelo de negócio está em alta desde o fim da década de 1990 e segue uma estrutura com equipes reduzidas e escritórios enxutos, mas com hierarquias escaláveis e alta capacidade de inovação.
Mas o conceito não permaneceu limitado a startups. Atualmente, grandes empresas já operam com C-levels em suas dinâmicas organizacionais. Ocorre, inclusive, a contratação de profissionais deste tipo, entendidos como executivos seniores, por tempo limitado em empresas importantes.
A nomenclatura tem sido absorvida por todo o meio corporativo, e seu entendimento é, hoje, indispensável.
O que é C-level?
Recebem o termo “C-level” os cargos de autonomia, que vêm com grande responsabilidade e altos salários, muitos deles semelhantes à cargos de direção.
A vaga de C-level responde pelo trabalho estratégico, gerencial, e responsável por levar conhecimento e inovação à equipe. Esses executivos também são os “garotos” e “garotas propaganda” das suas marcas, figuras conselheiras e palestrantes.
Com o propósito de crescimento da empresa para a qual trabalha, o C-level está sempre à procura de novos investidores e aceleradoras que possibilitem agilizar contratações, compra de novas tecnologias, geração de novas e importantes conexões para a empresa, participação em eventos e expansões múltiplas.
Perfil profissional de um C-level
Existem muitas possibilidades de atuação para executivos C-levels, mas listadas abaixo estão as posições mais comuns e citadas no mercado.
CEO – Chief Executive Officer
CEOs são os líderes principais. Dentre os cargos de C-Levels, é esse o mais importante. Muitas vezes, a posição de CEO é ocupada pelo empreendedor que fundou o próprio negócio.
Quanto aos profissionais que alcançam o cargo sem necessariamente ter fundado a organização, segundo estudo publicado pelo LinkedIn, que utilizou os dados inseridos na rede social por 12 mil CEOs ao redor do mundo, apenas 20% dos CEOs de empresas com mais de mil empregados foram promovidos internamente. A grande maioria foi contratada externamente.
O cargo não deixa de trazer desafios. Uma pesquisa realizada com mais de 400 CEOs de 11 países diferentes, encomendada pela consultoria Egon Zehner, apontou que 68% dos executivos que se tornaram CEOs admitiram não estar totalmente preparados quando assumiram o cargo. De modo geral, eles disseram se sentir prontos para a necessidade estratégica e gerencial do cargo, mas muito despreparados para a gestão de pessoas – questão fundamental na hora de exercer uma liderança.
CTO – Chief Technology Officer
Este é um executivo técnico, da área de T.I. O CTO coordena e gerencia tecnologicamente a inovação da empresa. De maneira estratégica, no caso de uma empresa fintech, por exemplo, o CTO pensa em novos produtos para a empresa, além de gerenciar toda a equipe de desenvolvimento de sistemas.
CMO – Chief Marketing Officer
Este profissional pode ser considerado como a mente criativa e estratégica da empresa. O CMO é o executivo responsável por trazer novos clientes, de modo a escalar a companhia no ponto de vista dos negócios. Ele também coordena toda a área de marketing e de experiência do consumidor de forma consistente. Os canais de vendas e aquisição de clientes são as principais ferramentas de trabalho do CMO.
COO – Chief Operating Officer
Este executivo é responsável por toda a operação e escalagem do time. Este profissional lida com questões logísticas, cuidando principalmente da rotina do negócio. O cargo é muito operante no dia a dia de produção e entrega da empresa.
CFO – Chief Financial Officer
O CFO é o responsável sênior pelo investimento e faturamento da empresa. Como um diretor financeiro, esse é o profissional que lida diretamente, por exemplo, com os investidores da companhia. Alguns CFOs têm foco exclusivo na gestão dos recursos empresariais.
CHRO – Chief Human Resources Officer
Além de ser um diferencial competitivo, as pessoas são o recurso mais importante que uma empresa pode ter. O CHRO entende isso, e cuida de toda operação de pessoas e recursos humanos. Como um Diretor de Recursos humanos, os executivos com este cargo de liderança supervisionam a entrada, a permanência e a saída dos colaboradores.
Contratação de C-levels
Como mencionado, os cargos C-levels não são uma exclusividade para os fundadores da empresa. A contratação deste tipo de profissional nas companhias tem se tornado uma prática muito comum no mercado. Para um contratante, é importante estudar o perfil de cada candidato e entender se as características do profissional estão alinhadas às da empresa, ainda que o potencial C-level traga consigo uma ampla bagagem de experiência. Afinal, cada empresa apresenta uma cultura própria que deve ser seguida e integrada por todos que nela trabalham.
Como ingressar na carreira de C-level?
Por serem cargos privilegiados dentro das companhias, as vagas para esse tipo de profissional são limitadas no mercado. Por isso, currículos de profissionais que alcançam essas posições costumam trazer diferenciais. Entre eles, estão:
- MBA em negócios;
- Pelo menos 2 idiomas além da língua materna;
- Experiências anteriores em posições de chefia e liderança.
Ainda que não haja uma formação acadêmica específica para C-levels e, da mesma forma, profissionais em cargos desse tipo tenham vindo de experiências variadas, os cursos de Ciência da Computação, Economia e Administração são os mais comuns, segundo o LinkedIn, na formação anterior de executivos C-level.
É importante que as informações sobre C-levels sejam compartilhadas para que, cada vez mais, o mercado entenda o objetivo desses cargos e, consequentemente, colaboradores estejam alinhados com o presente – e o futuro – que já faz parte das organizações onde trabalham.